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Algum tempo

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Algumas horas passadas
nos embalos de estradas vazias,
viagens passadas em dias,
horas perdidas em estradas.

Algum tempo será vindouro,
se não agora que ardeu:
no cantar de vozes em coro,
no despertar de um apogeu.

Alguns anos em não mim,
Na inexistência do ser,
Vivem no efémero não fim
Do nunca sempre acontecer.

Sem anos de inexpressão,
Longa voz de eloquência,
Que no som nada dirão
Se não, maledicência.

Algum tempo ficará
Lembrado de quem lembrar.
Quem lembrou quiçá
Não se esqueceu de amar.

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