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Pedra

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Serenamente te escuto
Em teu gesto capital
Não corro nem luto
Contemplo o interno vale.

Pois neblina alto sobe
Espiralando infinita
Sob o cinzento céu
Que de escuro se pinta.

Sinto o sopro do vento
O frio invernal
Deixo-me ficar ao alento
Aos poucos sou pedra de vale.

Mas meu calor interno
Explode em efusão
E a fragrância do eterno
Apaga o refolhar da emoção.

Esfera

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sopram lugares ao vento
Eu fico nessa esfera
Vivendo esse momento
Que o mar apenas leva

Tal barcaça à deriva
Temporal que se derrama
Na chuva ouve-se o grito
Do ser que apenas ama

Formam-se corredores
Que de água se caiam
Paixões, loucos amores
Em rostos que se espraiam.

E apenas num desabar
Sobre tudo ou talvez nada
Eleva-se meu amar
Na implosão dessa estrada

Sobe a esfera eremíta
De coração palpitante...
Baque surdo e seco!
Fica um Silêncio petulante...

Diário do meu coração

terça-feira, 8 de julho de 2008

Em cada pausa do teu vento
De sentir o teu soprar
Me reviro se me tento
A destravar este amar.

Que de pulos faz o peito
Nos desejos de te ver
Carinho de um só leito.
Fusão de um só ser.

Escadarias de pausa constantes
O rumo infinitamente perdido
Pulsares de momentos brilhantes
Reflexos de amor vivido.

A estrada deserta prossegue
Na liquidez do Amor
Turvo o caminho a quem negue
As bermas replectas de ardor.

Recanto de meu viver
Pedaço de minha Paixão
Poderia um só querer
Ser diário do meu coração?

Tu (Eu)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Correndo sobre o mar
Virando cada esquina
Cada noite, um luar...
Teu sorriso de menina

Teus traços de mulher
Tua frescura invernal
Teu riso bem sonoro
Oh leveza angelical.

Oh Sol da minha vida
Oh Luz do meu Amor
Quer sarar cada ferida
Quer parar cada dor.

Serenas o meu peito
Puxa-lo para ti
Aperta-lo com força
Brilho nos teu olhos vi.

Reflexo no espelho
Desta minha face tua
É num pé, é num joelho
No teu rosto esse beijo
Sob o Sol, sob a Lua.

Conheço o meu amor
Que por ti sempre vivi
Sei de sempre te amar
Do teu rosto me esqueci
Mas de ti...
Doce ser
Amar
É viver...
Nunca me esqueci...

Desapego

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Dentro de esferas concêntricas
Múltiplos lugares de pedra
Erosão de partículas idênticas
Flutuam debatendo a queda.

No centro paradoxal
Das infinidades esféricas
Ausência do que é real
Danças compassadas, sinérgicas.

Vazio repleto de Nada
Ser nu caminhando
Terra mulher amada
Céu infinitamente brando.

De pé ante pé
O ar é tocado por fim
Nada do que diga é
Apenas o vento em mim.

Amarras e correntes
Soltas esvoaçam
São lançadas sementes
De flores que o tempo traçam

Folhas livres ao vento
Voam sem rumo
São corações em experimento
Nascidos no fogo, são fumo.

Saltos de um corpo despido
Na deserta praia
Traços de rosto vivido
Coração que espraia.

Caminhante do mundo
Viajante de estrelas
Bolsos sem fundo
Pegadas nem vê-las.

Num momento fechado
Envolvendo a certeza
No outro explodindo
Partículas da beleza
Num incerto prado…
Sorrindo!

Reflexos na areia

domingo, 25 de maio de 2008

Andando na areia molhada,
Fragrâncias envolvem o ar.
O mar revolto é uma estrada
De vales de coração,
montanhas de amar.


O toque suave e quente
Do Sol que no dia viveu
É na areia vigente
Essência de Agora que ardeu.

As ondas de serenidade
Rebentam no dorso do Ser.
A orla branca e suave,
Brama pureza de viver.

Céu de escuridão tilintante
Estrelas da noite presente
Reflexo de harmonia vibrante
Corações,
é Amor que se sente.

Não Sou Poeta

terça-feira, 18 de março de 2008

Estas letras não são minhas
Nem são de quem as escreveu
No máximo são as linhas
De quem no Silencio as leu.

Este texto é de outrem
Alguém que não eu
A palavra vai e vem
O verso não é meu

O acto de escrever
Nem esse me pertence
Na necessidade de viver
O verso até o corpo me vence.

Poesia persiste
Na escrita tem o alimento
Mas o poeta não existe
Não sou eu quem o sustento
.